Conforme narra o livro “Santo Antônio descendente de Corpo
Inteiro” Os empregados da fazenda, pulavam em torno da fogueira, na noite da
festa do Padroeiro com o batuque do caxambu, uma dança misturada com ritmo
africano. A dança ia à noite adentro. Na fogueira assava batatas e linguiça e
os visitantes se deliciavam, cruzavam os pés descalços, levantavam poeira, se ajoelhavam
sempre ao mesmo som ao levantar, defrontavam-se, davam umbigadas, homens e
mulheres misturavam a dança ao som do caxambu. Ambos visivelmente alcoolizados,
importunavam os visitantes, chamando-os
para entrar na roda.
As meninadas, inclusive eu, alvoroçavam para apanhar um pouco
das delicias que eram servidas. Moças de
Mimoso do Sul que visitavam o patrimônio para pedirem ao santo casamenteiro que
lhes arranjassem um bom companheiro para viverem juntos para sempre.
Sebastião brasa, batendo o caxambu e de vez em quando deixava
escapulir um grito de saudação: “Viva o nosso padroeiro e viva o povo que nos
visita”. Tio totoinho que também acabava de chegar sentou no caxambu e tentou
continuar o ritmo do instrumento. Começou a cantar: “Santo Antonio tá na
goteira quero ver quem vai tirar” e continuava a dança no ponto central, ao
lado da fogueira. “Vou esquentar o coro
do batuque, ele afiado vai até falar,
fica todo esticado para o som bumbar, essa dança que foi condenada, mais o povo
canta e o povo quer, e vai arraia a madrugada.