quarta-feira, 17 de abril de 2013

A DANÇA DO CAXAMBU EM SANTO ANTÔNIO DO MUQUI





Conforme narra o livro “Santo Antônio descendente de Corpo Inteiro” Os empregados da fazenda, pulavam em torno da fogueira, na noite da festa do Padroeiro com o batuque do caxambu, uma dança misturada com ritmo africano. A dança ia à noite adentro. Na fogueira assava batatas e linguiça e os visitantes se deliciavam, cruzavam os pés descalços, levantavam poeira, se ajoelhavam sempre ao mesmo som ao levantar, defrontavam-se, davam umbigadas, homens e mulheres misturavam a dança ao som do caxambu. Ambos visivelmente alcoolizados,  importunavam os visitantes, chamando-os para entrar na roda.
As meninadas, inclusive eu, alvoroçavam para apanhar um pouco das delicias que eram  servidas. Moças de Mimoso do Sul que visitavam o patrimônio para pedirem ao santo casamenteiro que lhes arranjassem um bom companheiro para viverem juntos para sempre.
Sebastião brasa, batendo o caxambu e de vez em quando deixava escapulir um grito de saudação: “Viva o nosso padroeiro e viva o povo que nos visita”. Tio totoinho que também acabava de chegar sentou no caxambu e tentou continuar o ritmo do instrumento. Começou a cantar: “Santo Antonio tá na goteira quero ver quem vai tirar” e continuava a dança no ponto central, ao lado da fogueira. “Vou esquentar  o coro do batuque, ele  afiado vai até falar, fica todo esticado para o som bumbar, essa dança que foi condenada, mais o povo canta e o povo quer, e vai arraia a madrugada.

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