terça-feira, 16 de junho de 2009

O VELORIO

A idosa Filomena veio a falecer. Como era de costume amigos e parentes faziam o velório. Zé Pica Fumo, era o apelido de seu único filho, o qual veio mais tarde amputar uma de suas pernas. Quando Jose chegou deu os pêsames ao filho, este estava chorando muito no canto do quarto. A falecida quando viva não gostava de ouvir chamarem o filho pelo apelido; mas Jose foi entrando e logo gritou: “Ola Zé Pica Fumo, e verdade que sua mãe bateu as botas?”
Notava-se claramente que Jose estava alcoolizado. Zé Pica Fumo estava inconsolável e lamentava aos gritos a morte da mãe.
Lá pelas altas horas da noite, veio trocar as velas do defunto.
Dona Flora, amiga da família, foi à cozinha preparar um cafezinho. Nesse momento foi sentido um odor na sala. Seu João, residente próximo a Vila de São Bento, homem respeitado, pois já fora autoridade da Vila; olhou muito espantado para Nego Amado e lhe perguntou: “Foi você?” Nego Amado, fingindo não ouvir a pergunta, levantou-se de seu banco e destampou o rosto do cadáver puxando o lençol e exclamou: “Puta que paril que defunto mais feio!”
Dona Cota, também estava presente, deu uma vontade de ir ao banheiro, “fazer xixi” ao chegar a porta do banheiro esta estava fechada, então foi ate o quarto, arrastou um velho penico de agate e... Jose, pensando ser o café que estava sendo coado na cozinha grita: “Guarda o mais forte para mim”. Quem estava bastante preocupado era o Mestre da Folia do Boi, Francisco Gomes Amado, o Chiquinho, pois já estava tuto preparado, e, não deveria ninguém ficar preocupado, Ia neste momento chegando para o sepultamento o Diacono Luiz Machado. O defunto ainda não acabara de sasir para o campo santo e o povo já aclamava o Mestre da Folia, Viva o Chico Amado.

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