terça-feira, 6 de julho de 2010

VILA ONDE NASCI - SANTO ANTÔNIO DO MUQUI

Foram lindos...
Recordo-me bem!
Foram bastante...
Os momentos que me vem.

Quantas e quantas lembranças
Da juventude que passou,
Numa vila de Santo Antônio
Onde a mocidade começou.

Lembranças da bola de gude,
Da amarelinha e do pula corda,
Da peteca e do peão
Lembranças da bola de meia,
Pique esconde, arapucas e o corrupião.

Do carrinho rolimã ao carretel,
Da cobra cega, pipa e o balão de São João.
Das figuras folclóricas, da folia do boi,
Da bananeira roxa, do Jaguará,
Da mulinha e da vaca mocha.
Da boca de forno, do gibi do Jerônimo
O herói do sertão.

Doces lembranças do salão ornamentado,
Bandeirolas, luzes e bambus de vime.
Os bailes de acordeom,
Tocados por Luzia Setimi.

Embalados na jovem-guarda
Com apreço venerável
Na memória, a lembrança
De uma era admirável.

Foi na década de sessenta
Que a mocidade se encontrou
Com o Vaticano Segundo,
A comunidade se resgatou.

Na celebração irmanada,
O jovem se encontrou.
Eu não fiquei de fora
Minha vida se modificou.

De frente para o povo,
Criando espaço e comunicação
Palavra de Deus comentada
Rumo a nova evangelização,
Onde sempre se fez história
Na linguagem e comunhão.

Vejo o jovem de hoje,
Sem perspectiva de ação
Não tendo em suas vidas
O apoio da própria Nação.

Falta-lhe carinho paternal,
Não há diálogo onde mora e onde vive,
Amor quase não se tem,
Fundo do poço total, álcool, drogas
Motivado pelo sistema,
Vagueia, em busca do prazer carnal.

O jovem nessa armadilha,
Sofre toda espécie de opressão,
Fica sem direito a nada,
Convivendo com humilhação.

Nessa devastação envenenada
Tiram-lhe o futuro, roubam-lhe a dignidade,
Tomado por viciado, não existe reação.
Os reais que lhe sobram
São guiados à práticas fraudes do patrão
E nesse vai-e-vem, só resta-lhe a ilusão.

Jovem, ainda é tempo de sonhar,
Na esperança, na liberdade tens de acreditar.
Sai dessa emboscada traiçoeira
Que alguém lhe preparou.
Seja menos um nessa guerrilha.

Para sair dessa, existe direção,
Ouça seus pais com ardor,
Incinere a opressão, as drogas,
E a submissão.
Fite aquele de braços abertos,
Que é o Cristo, o Nosso Senhor!

Não deixe pra amanhã,
Hoje, sim você pode afirmar,
Serás prodígios:
Minha estrada, minha sina,
Formarei história.
Será gigante o meu clamor.
Vou ser alguém no futuro...
Por quê aderir ao Salvador.

A escola da vida é o lar
É o arquivo e a família.
Espelham na lei do amar,
Que no terceiro milênio,
Essa poesia possa continuar.

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